sábado, 13 de novembro de 2010

Desindustrialização assusta brasileiros e o mundo

Arleison Roberto

O processo de desindustrialização no país vem crescendo de forma assustadora. A alta carga tributária que o brasileiro vem pagando, reflete de forma significativa no bolso e no crescimento do Brasil. Outro fator preocupante é quando o real valorizado frente ao dólar vem prejudicando sistematicamente as exportações brasileiras. Mas afinal o que é DESINDUSTRIALIAÇÃO? O conceito clássico foi definido por Rowthorn e Ramaswany (1999) como sendo uma redução persistente da participação do emprego industrial no emprego total de um país ou região. Mais recentemente, Tregenna (2009) redefiniu de forma mais ampla o conceito “clássico” de desindustrialização como sendo uma situação na qual tanto o emprego industrial como o valor adicionado da indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.
Apesar da economia brasileira estar estabilizada de forma significativa, a população num primeiro momento está sendo "beneficiada" de certa forma com essa desidustrialização, pois encontra produtos com preços mais atrativos e condições favoraveis que aumenta o poder de compra do barsileiro. Já a médio prazo, a população pode sofrer os impactos e o avanço dessa desindustrialização que vem ganhando espaço a cada ano. A partir do momento que fábricas fecharem, faltar emprego, e os impactos refletirem no bolso do povo, o país começará a viver a desidustrialização de forma negativa.

Dados do IPEADATA mostram que entre os anos de 1981 e 2008 a participação da indústria no valor adicionado caiu de 44,31% para 27,34%, uma queda de cerca de 17 pontos percentuais em 27 anos. Trata-se de uma redução expressiva da importância da indústria para a geração de valor adicionado na economia brasileira.

Portanto podemos observar que a desindustrialização no Brasil, não é ficção, já é uma realidade. Esses dados apontam para a ocorrência de um processo de desindustrialização da economia brasileira acompanhado por uma apreciação do câmbio real, redução da acumulação de capital e déficit comercial crescente da indústria, concentrado nos setores de maior intensidade tecnológica. Isso é um sinal de que o nosso processo de desindustrialização é fruto da “doença holandesa”. Ou seja, da desindustrialização causada pela apreciação da taxa real de câmbio resultante da descoberta de recursos naturais escassos num determinado país ou região. No caso do Brasil, esse processo não fica restrito apenas a doença holandesa, pois temos inúmeros setores que podem ser influenciados com a desindustrialização.

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